A cidade de Cunha fica a 230 km de São Paulo e em um bate-volta já conseguimos fazer uma visita e conhecer alguns de seus pontos turísticos. Algumas dicas sobre o que fazer em Cunha em 1 dia podem ser vistas neste relato, mas para quem deseja passar um final de semana ou mais alguns dias por lá, a cidade é uma estância climática e excelente para aproveitar o clima de montanha e o friozinho ameno da noite, fazer trilhas, conhecer cachoeiras, mirantes e aproveitar a exuberante paisagem de suas montanhas e seus muitos tons de verde.

Ela está localizada entre o Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Nacional da Serra da Bocaina e Serra da Mantiqueira.

Além disso, Cunha fica a apenas 45 km de Paraty o que pode facilitar a união das duas cidades num mesmo roteiro de viagem.

 

Um pouco sobre a história da cidade

Cunha é uma das cidades que fazem parte do caminho velho da Estrada Real, via aberta pela Coroa Portuguesa para fazer a ligação entre Paraty e Ouro Preto na época colonial.

A região, a princípio apenas rota importante para tropeiros e transporte de ouro da  região das minas gerais até o litoral, acabou sendo descoberta como um lugar excelente para o estabelecimento de um povoado.

Isso se deu em 1724. A partir daí o povoado foi se desenvolvendo política e administrativamente, passando a Freguesia, Vila, Cidade, Comarca e, desde 1948, Estância Climática.

O que fazer em Cunha em 1 dia

Centro Histórico

Uma volta a pé pelo centro histórico inclui:

• a Praça Cônego Siqueira ou simplesmente Praça da Matriz. Nas ruas à sua volta há restaurantes, cafés, docerias, lojas de artesanato e presentes etc.
• Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Seu altar está em restauração, mas ela está aberta à visitação, missas e outras programações religiosas.
• a Igreja Nossa Senhora do Rosário, que está fechada devido às más condições de sua estrutura, mas, mesmo que seja só de fora, podemos admirar sua arquitetura colonial. Fica na Rua Dr. Casemiro Rocha, s/n, Largo do Rosário.
• o Mercado Municipal é pequeno, mas tem lojas de artigos variados: queijos, doces, licores, lembranças, cervejaria entre outras.
• nas ruas em volta da praça podemos ver algumas outras construções que mantém a arquitetura colonial.

 

Casa do Artesão

Rua José Arantes Filho, 27.

A Casa do Artesão reúne diversos tipos de artesanato da cidade, cerâmica, bijuterias, artigos em crochê e bordados etc.

Próximos a ela ficam alguns dos ateliês de cerâmica artística da cidade.

Ateliês de Cerâmica

A partir de 1970 vários ceramistas de formação japonesa se instalaram na região trazendo uma técnica milenar de cerâmica queimada em altíssimas temperaturas, os fornos Noborigama.

Os fornos Noborigama podem ser vistos no ateliê Suenaga & Jardineiro e em datas específicas o público pode assistir à abertura de suas câmaras. Em 2019, por exemplo, as próximas aberturas programadas serão nos dias 29/Jun, 07/Set, 16/Nov e, em 2020, em 22/Fev.

O endereço do Ateliê Suenaga & Jardineiro é Rua Paulo Jarbas da Silva, 150.

Ceramistas de outras técnicas também se instalaram na região e hoje formam um polo de produção de cerâmica artística.

Lavandário

Rodovia SP-171, km 54,7.

O Lavandário cultiva, de forma orgânica, a lavanda, verbena, alecrim e outras ervas aromáticas. Faz a destilação dos óleos essenciais e pesquisa e desenvolve produtos.

O ingresso custa R$ 10,00 por adulto, R$ 5,00 para idosos e é gratuito para crianças até 12 anos. Dá acesso às plantações, à loja e ao café. Pode-se ficar quando tempo desejar e inclusive assistir ao pôr do sol, que dizem ser deslumbrante (não fiquei para conferir).

A loja tem produtos para beleza, saúde, bem-estar e decoração feitos a partir das flores e ervas cultivadas. São produtos como sabonetes, xampus, hidratantes, perfumes, aromatizadores de ambiente, óleos para massagem etc. O preço não é muito convidativo não…  um sabonete, por exemplo, custa R$ 15,00.

As plantações, loja e café ficam numa área mais alta que o nível da entrada e não é permitido o acesso de vans e ônibus, portanto, quem estiver num grupo de excursão terá que fazer a subida a pé.

Para quem está de carro, há algumas vagas de estacionamento na entrada para a compra dos ingressos e, após a compra, os carros podem subir. Apesar de ter avisos escritos na entrada sobre isso (vi depois), acho importante enfatizar aqui pois, no meu caso, quando vi os carros estacionados na portaria, deduzi que eles não poderiam entrar. Segui a pé, sem necessidade, mesmo estando acompanhada de uma idosa (nenhum funcionário notou ou avisou que é permitido subir com o carro).

 

Contemplário

SP-171 Rodovia Cunha-Paraty, km 61,5 (na mesma estrada do Lavandário, 6 km à frente).

A plantação do Contemplário é menor que a do Lavandário, mas aqui a entrada é gratuita. Também tem loja e café.

Na loja, produtos como sabonetes, óleos corporais, hidratantes, aromatizadores de ambientes, artesanato etc.

 

Onde comer

A região é a maior produtora de pinhão do Estado de São Paulo. Se destaca também na produção de shitake, trutas e cordeiro, por isso tem vários espaços gastronômicos dedicados a estes produtos.

Há muitas opções de lugares para uma boa refeição ou café. Provei apenas estes dois e gostei muito:

 

Restaurante Drão

Alameda Lavapés, 560, Vila Rica, a 50 m da Casa do Artesão.

É uma das boas opções para provar os produtos típicos (fica bem próximo à Casa do Artesão) e tem uma seção do cardápio dedicada à iguarias que levem o pinhão na receita: entrada de pinhão salteado, sopa creme de pinhão, prato principal com costelinha de porco ou truta ao molho de pinhão, sorvete de abacate com farofa de pinhão.

O risoto de shitake estava delicioso.

Os prato principal custa em média R$ 55,00 e foi servido rapidamente.

 

Café Capril

Rod. Paulo Virgínio km 41,5, fones: 12-3111-1679/99716-1920.

O ambiente é agradável e aconchegante, as mesas ficam numa varanda envidraçada com vista para o verde.

Como diz o nome, a especialidade da casa são os produtos feitos com leite de cabra.

Alguns dos quitutes são: pão de queijo e mini quiche feitos com queijo de cabra, bolos caseiros, café, café com leite, capuccino etc. O café é coado pelo próprio cliente, na mesa, num coador de pano.

A lojinha do café também vende produtos feitos com leite de cabra e seus derivados (de sabonetes a queijos) e outros produtos da região. E as crianças podem gostar de ver as cabras e cabritinhos no capril que fica ao lado do café.

 

Como chegar

Para quem vai de carro, a locomoção é fácil, as estradas são boas, apenas um pouco de dificuldade para estacionar em volta da praça central. Nas ruas um pouquinho mais afastadas já é fácil encontrar vagas.

Para quem vai de ônibus de linha a partir de São Paulo, não há empresas que fazem o trajeto direto, por isso, deve-se tomar um ônibus até Guaratinguetá e de lá tomar o próximo para Cunha. O ônibus para Guaratinguetá parte da estação Barra Funda. Mas é bom ressaltar que alguns pontos de interesse em Cunha são afastados, o que pode dificultar a locomoção na cidade.

E também há a opção de comprar passeios de 1 dia com operadoras que saem de São Paulo bem cedo, 6h ou 6h30, geralmente de estações do metrô como Vergueiro e Barra Funda, e retornam à noite, após passar o dia em Cunha. Eu fui de carro, mas uma das empresas que vi por lá passeando com um grupo foi a Ecoturismo Brasil. Não utilizei seus serviços e não sei como é o trabalho, mas deixo o nome apenas como exemplo para quem se interessar e quiser pesquisar mais.

 

Hospedagem

Se for ficar mais do que 1 dia em Cunha, utilize o Booking.com para fazer pesquisas de preços, datas e tipos de hospedagens. Escolha a ideal para você e faça sua reserva!

 

 

Deixe suas dúvidas, comentários e/ou sugestões.

Boa viagem! Excelente dia!

 

 

Referência histórica: Prefeitura Municipal de Cunha

 

Publicado em jun/2019